quinta-feira, 24 de novembro de 2011

7 bilhões são 7 bilhões!


[inlustração retiradas do google imagens]

Éramos uns poetas loucos, místicos
Éramos tudo o que não era são;
Agora são com dados estatísticos
Os cientistas que nos dão razão.

De que valeu, em suma, a suma lógica
Do máximo consumo de hoje em dia,
Duma bárbara marcha tecnológica
E da fé cega na tecnologia?

[É fogo, musica e letra- Lenine]



Vamos para frente que atraz vem gente!

.....Atingimos finalmente a marca de 7 bilhões de habitantes em nosso estimado Blue Planet. Isso causa uma oscilação de sentimentos em mim que ora se mostra feliz, ora se mostra preocupado.
.....Imagine uma casa com 7 bilhões de habitantes, onde não há manutenção nem preocupação com a estrutura que os abriga, 7 bilhões de habitantes extraindo matéria-prima da natureza, preocupados em produzir, vender, lucrar, vencer na vida sem a reposição nem a consciêntização de que tudo pode acabar. Alguns desses inconcientes, ou não, na tentativa/luta por/de sobrevivência.
.....Há tantos Fabianos¹, pobres diabos com suas VIDAS SECAS que mendigam por aí, enquanto 20% da população mais rica detêm 77% de toda riqueza mundial (dados encontrados na página: http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2011/10/31/mundo-supera-os-7-bilhoes-de-habitantes.jhtm) .
.....Estamos demasiadamente preocuado em qual planeta vamos deixar nosso filhos e netos? Caso afirmativo, eu me pergunto: -Que tipo de filhos e netos vamos deixar para o planeta? Eis a questão.
.....Há tanto recurso, tanta tecnologia, tanto conhecimento que eu nem sei explicar, estes estão detidos no monopólio de uma classe dominante qualquer, em algum lugar que eu não tenho direito nem dinheiro para entrar, ou estão barrados pela famosa bu(r)rocrasia , quem sabe até no engarrafamento do trânsito da globalização.
.....As informações, a comida, as vestes, o conhecimento são produtos caros expostos na vitrine do capitalismo. Capitalismo? Quem nunca ouviu falar disso, atire a primeira cédula! É fácil encontrar arquivos, projetos sóciais/culturais que se dedicam ao combate do capitalismo ao consumo consciente e blá, blá, blá...
.....Está na moda vestir uma roupinha de algodão cru, sem marcas é como dizem por aí "A moda, agora, é ser démodé", sem marcas, ou pelo menos ocultas do que verdadeiramente somos, consumidores passivos ou ativos que consomem, consomem até sumir, e, isso é como colocar coca-cola em uma jarra de suco ou como comprar roupas de grife e arrancar as etiquetas. Como falou Carl Max "O proletariado, antes de mais nada, precisa acabar com sua própria burguesia".
.....Certa vez um amigo me disse, "não há nenhum problema em se usar máscaras", concordo! Quantos de nós rimos para alguém com vontade de ignorar? Eu também bebo coca-cola, cerveja, essas coisas industrializadas que engordam e fazem mal a saúde. O problema é quando acreditamos em nossas próprias mentiras e ignoramos a realidade, quando bebemos coca-cola pensando ser um suco natural, de frutos colhidos em alguma safra sem nenhum agrotoxico. Seria, isso, possível?
.....Diante de tantas novidades muita coisa ainda anda do mesmo jeito. A fome ainda é fome, mas eu a chamaria , hoje, de desrespeito. A miséria ainda é miséria, mas eu a chamaria de desmoralização.
.....É óbvio que um país rico é um país sem miséria. Isso é uma verdade incontestável!
.....A pergunta que não quer calar é se vamos acabar com a miséria, aliaz, queremos acabar com a miséria? Recursos e tecnologia a humanidade tem e sobram, mas a miséria gera lucro. Repito! Há tantos projetos sociais/culturais espalhados por esse mundo de meu Deus, editais e mais editas são abertos todos os dias, há programas do governo, bolsa isso, bolsa aquilo e porque a miséria não acaba? Não quero aqui tirar nenhum mérito desses projetos, é louvável o resultado dessas ações. Mas minha pequena inteligência humana, da qual dizem ser ultilizada apenas 10% de sua capacidade, não consegue entender esse fato.
.....Assim como o capitalismo vive na produção de falta, essas iniciativas vivem na produção de pequenos resultados, é preciso apresentar números para que sejam aprovados novos projetos, mas sempre resta uma parte que não é beneficiada, essa, é justamente a parte que garantirá novos projetos e idem, idem, idem...
.....E eu não sou a única a pensar assim, certamente no meio desses 7 bilhões, deve existir alguém que compartilha desse mesmo espirito e como disse o grande Raul Seixas " eu não sou nem louco para dar uma de heroi" , Tiradentes que o diga, acabou sendo enforcado e sua recompensa é ser lembrado em um feriado nacional e no ensino fundamental com desenhos que parece ser Jesus Cristo, se é que eles eram assim, mas isso é outra indagação.
.....Dá licencinha, eu tenho que ir ali alimentar as planilhas do PIB...

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Fabiano é o nome do personagem principal do livro VIDAS SECAS de Graciliano Ramos.


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